domingo, 10 de novembro de 2013


Coluna vertebral – HÉRNIA DE DISCO LOMBAR


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A coluna vertebral constitui e mantém o eixo longitudinal do corpo, servindo de pivô para suporte e mobilidade da cabeça e oferece aos membros a base estrutural para articulação e ação, através dos respectivos cíngulos.
Em vista lateral, a coluna vertebral, apresenta uma série de curvas graduais cuja função é a dissipação das forças longitudinais que atuam sobre esta. As curvaturas torácica e sacral são ditas primárias (vindo da posição fetal) e as curvaturas cervical e lombar ditas secundárias ou compensatórias. Apesar dos herniamentos poderem acontecer tanto na cervical quanto na transição toracolombar, a maior incidência é das hérnias lombares.

Entre as possíveis causas da hérnia de disco temos:
  • Fatores genéticos;
  • Postura incorreta;
  • Atividades sedentárias;
  • Acidente.

Os sintomas podem se apresentar como:
  • Dores fortes ou dormência em uma das pernas;
  • Descontrole do intestino e da bexiga;
  • Paralisia das pernas.


MECANISMO DA HÉRNIA DE DISCO


Os discos intervertebrais são coxins compressíveis fibrocartilaginosos, situados entre os corpos de vértebras adjacentes, provendo a estes, união, alinhamento e certa mobilidade em movimentos de gangorra. Absorvem a forças de tração muscular, gravidade e carga que, de outro modo, tenderiam a esmagar uma vértebra contra outra.
Há duas partes em cada disco: uma periférica, o ÂNULO FIBROSO, constituído por anéis concêntricos interligados, mais fibrosos do que cartilagíneos; e outra central, o NÚCELO PULPOSO, aliás um pouco deslocado posteriormente. O núcleo é mais cartilagíneo do que fibroso, de consistência de polpa, altamente elástico e, por isto, atua como amortecedor dos choques de compressão a que é sujeito. O núcleo pulposo é mantido em posição pelo ânulo fibroso e pela pressão das vértebras.
Os movimentos de gangorra de uma vértebra sobre outra provocam compressão de parte do ânulo fibroso e borda do núcleo pulposo na direção do movimento, enquanto se expandem suas partes opostas. Na hérnia traumática, movimentos bruscos de flexão (especialmente associados à rotação) lesam o ânulo fibroso concorrendo para migração posterior ou látero-posterior do núcleo pulposo, salientando-se no canal vertebral e comprimindo raízes nervosas ou, mesmo, a medula espinal.


TERAPÊUTICA E EXERCÍCIOS NA HÉRNIA DE DISCO


Cerca de 90% dos casos podem ser solucionados sem cirurgia. Mais uma vez, a primeira necessidade após o trauma é reduzir a dor para que o indivíduo comece o mais cedo possível o treinamento conservador. A terapêutica, nesses casos, consiste em repouso e no uso de medicamentos (analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares, ansiolíticos) e nos caso mais agudos, intervenções cirúrgicas como microcirurgias, atrodeses ou atroplastias (vide ilustração). Assim que o indivíduo sair da fase aguda este deverá iniciar com exercícios fisioterápicos. Terminada a etapa da fisioterapia, o indivíduo deverá ser encaminhado para a musculação para continuar o trabalho de fortalecimento muscular local e global de sua sustentação postural.
Obviamente, antes de se iniciar o treinamento em musculação o indivíduo herniado, assim como qualquer outro, deve ter passado pela avaliação funcional e nela detectados seus desvios posturais e grau de encurtamentos dos diversos grupos musculares. Assim e somente assim é possível para um professor de Educação Física selecionar especificamente os exercícios que serão utilizados.
Apesar da hérnia de disco ser o elo comum, esta apresenta sutilezas de caso para caso, que o professor de Educação Física deverá observar para que a melhor abordagem seja adotada para cada indivíduo. Então, na sessão de musculação do herniado teremos:

EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTOS - Evitar movimentos de flexão, torção ou retificação da coluna. Usar apenas a fase leve do estiramento resistente do método de alongamento estático, de modo que o herniado possa se concentrar em manter uma boa postura durante a execução dos alongamentos. Já que o realinhamento postural passa por uma maior consciência corporal e os alongamentos são fundamentais no desenvolvimento dessa também indo além de desenvolver a flexibilidade específica desse ou daquele grupo muscular que se está alongando.
Encurtamentos musculares significativos de Isquiosurais e Glúteo Máximo colaboram para uma retroversão de quadril (agente propensor à hérnia discal). Portanto, precisamos enfatizar o alongamento destes, mas selecionando posturas que evitem a flexão da coluna ou retroversão pélvica que acentuariam ou retornariam com o quadro de dor.

EXERCÍCIOS DE MUSCULAÇÃO - A seleção e evolução dos exercícios será extremamente pessoal, pois dependerá de lastro prévio em relação ao treinamento da musculação, extensão da lesão e/ou formas de terapias adotadas com o indivíduo após o herniamento. O foco principal será o fortalecimento da musculatura paravertebral em conjunto com os demais estabilizadores do segmento afetado. Por exemplo, como as hérnias mais comuns são as dos discos lombares, pode-se partir do mais simples exercício de sustentação isométrica da coluna evoluindo até o mais complexo exercício de levantamento terra esticado, embora dando atenção também a musculatura de sustentação do Core!
Durante a execução de todo e qualquer exercício deve-se evitar uma postura de retroversão da pelve, a qual deverá ser mantida em posição NEUTRA o tempo todo. Essa tendência à retroversão da pelve é facilmente observável nos exercícios de Leg Press, Supino quando se colocam os pés sobre o banco, e uma enorme variedade de exercícios na posição assentado. Cabe ao professor “fiscalizar” atentamente a sustentação do bom alinhamento da Coluna Vertebral durante a execução de todo e qualquer exercício, não apenas no caso do herniado, pois erros de execução podem induzir indivíduos saudáveis à uma hérnia também! Com o passar do tempo e a completa ausência de sintomas por parte do indivíduo, pode-se começar a explorar novos ângulos e sentidos de movimento de maneira a recuperar a funcionalidade completa da Coluna Vertebral.

EXERCÍCIOS AERÓBIOS - Num primeiro momento, a dor discogênica, pode provocar uma alta intolerância para sentar, excluindo os exercícios em bicicleta estacionária. Na caminhada, a boa postura deve ser observada de perto. A evolução de tempo e intensidade vai de caso para caso de acordo com a tolerância e ausência de dor.

A imagem abaixo complementa as informações apresentadas acima, clique sobre a imagem para ampliar.
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